terça-feira, 7 de abril de 2009

De um rosto colado à janela...



De um rosto colado à janela
Uma lágrima caía
Sabia que a espera em nada daria
Sabia que a ausência continuaria

De um rosto colado à janela
Uma lágrima brotava
O vazio que se instalara no peito
Quase sufocava…
Como um espaço oco
Sem sentido ou função
Como algo, absolutamente, desprovido de razão

De um rosto colado à janela
Uma lágrima escorria
Como o tempo escorre das mãos
Do corpo que, estando ali, colado à janela,
Faz da espera a sua existência

De um rosto colado à janela
Uma lágrima tropeça
Ao perceber que já nada existe,
Apenas pedras e areias finas
Vestígios do que passou
Testemunhos indizíveis de um tempo que acabou

De um rosto colado à janela
Uma lágrima escorrega
Interlúdio entre um passado perdido
E um amanhã que agora começa

Sem comentários:

Enviar um comentário